Finanças e Seguros por Alexandre Sousa
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Finanças e Seguros por Alexandre Sousa

Começo o artigo deste mês com um atrevimento.
Sim, atrevo-me a desafiar que ponha a mão esquerda no ar, quem não conhece alguém que tenha falecido de uma doença grave. Aposto que nenhum dos leitores levantou a mão.
Mas mais, atrevo-me a desafiar que ponha a mão direita no ar quem não conhece alguém que tenha sobrevivido a uma doença grave, como por exemplo a um cancro ou a um ataque de coração. Também aqui tenho toda a certeza do mundo que ninguém levantou a mão.
Por muito que nos custe, esta é uma realidade a qual não podemos fugir. A convivência com este tipo de situações acontece muito mais vezes do que aquilo que gostaríamos.
Assim sendo, parece-me que faz todo o sentido abordar neste artigo o seguro de doenças críticas que na sua essência e forma mais simples se traduz no pagamento de uma determinada quantia previamente contratada com a companhia de seguros, quando a pessoa segura é diagnosticada com uma doença crítica incluída na apólice e se cumprem o resto dos requisitos constantes na mesma, como por exemplo o decorrer de um determinado período de tempo. Realço que esta é uma definição simples já que este tipo de apólice tem depois muitas variáveis. Abstenho-me, no entanto, de desenvolver as suas características técnicas, já que o objetivo do artigo de hoje é outro. Voltarei provavelmente a abordar este seguro num futuro artigo onde irei então incluir mais algumas características do produto. Entretanto se ficar interessado em saber mais concretamente as componentes deste seguro procure um consultor financeiro que estará de certeza disponível para lhe explicar ao pormenor as mais diversas componentes do mesmo.

De momento gostaria de vos mostrar uma das aplicabilidades deste seguro e a sua utilidade recorrendo a um exemplo, sendo que a sua utilidade não se esgota por aqui. Chamo também a atenção de que este exemplo não deve ser utilizado para todos os casos, pois que a mudança dos dados utilizados nesta simulação poderá fazer alterar os resultados finais, pelo que antes de decidir contratar este seguro, recorra sempre a um consultor financeiro que analisará o seu caso específico e lhe dará os resultados finais de acordo com os seus dados pessoais, o que lhe permitirá decidir de uma forma informada e consciente.
Considere então, que alguém com 35 anos resolve começar a preparar o seu futuro financeiro e que por esse motivo decide começar uma poupança de $250 por mês. Ao fim de 20 anos, ou seja, com 55 anos de idade terá a módica quantia arredondada de $77.700, se o dinheiro tiver sido capitalizado a uma taxa anual de 2.5%.
Considere agora outra pessoa, também com 35 anos e que tem disponíveis $250 por mês para o seu planeamento financeiro. Desta feita resolve contratar um seguro de doenças críticas que lhe pagará $50.000 em caso de vir a ser diagnosticado com uma doença grave que cumpra os critérios definidos na apólice e que isso lhe custará $50 por mês (este custo foi calculado para uma pessoa de 35 anos, a prémios constantes, até a idade de 75 anos, com cobertura de 25 doenças, pelo que este valor não estará distanciado da realidade). Por este motivo restam-lhe apenas $200 para a poupança em vez dos $250 do primeiro exemplo, acabando assim por ter na sua conta poupança aos 55 anos a módica quantia de $62.200 (valor arredondado), utilizando a mesma taxa de juro anual de 2.5%.

Considere agora que ambos são diagnosticados com uma doença grave aos 55 anos. Admita ainda que ambos irão ter despesas diversas com a doença de $40.000.
Os saldos finais irão ser respectivamente de :
No primeiro exemplo, ao total da poupança que a pessoa fez durante 20 anos ($77.700) iremos retirar as despesas tidas com a doença no valor de $40.000, o que dará um saldo final de $37.700.
No segundo exemplo, relembro que a pessoa terá na sua conta poupança ao fim dos 20 anos ($62.200) que neste caso irão permanecer intocáveis. Na verdade, as despesas com a doença irão ser pagas com o dinheiro retirado do valor que a pessoa recebeu do seguro de doenças críticas, sobrando ainda uma verba do seguro de $10.000 ($50.000 – $40.000). Se somarmos estes $10.000 ao dinheiro da poupança que era de $62.600, então o saldo final será de $72.200.
A diferença entre o segunda exemplo e o primeiro será de $34.500 ($72.200 – $37.700). Esta será uma quantia significativa numa altura em que a vida poderá não lhe estar a correr muito bem. Se por acaso tiver que parar de trabalhar durante um determinado período devido a doença e o seu rendimento diminuir drasticamente, como irá fazer face as despesas de, por exemplo, uma hipoteca da sua casa que esteja a decorrer? Complicado, não acha?
Ainda que considere a necessidade e utilidade deste seguro, não se esqueça que este é um exemplo construído com determinados pressupostos. O seu caso pode vir a ser diferente, pode até nunca vir a ter uma doença grave, pelo que, para tomar uma decisão quanto a contratação de um seguro de doenças críticas passa sempre por uma análise conjunta das condições técnicas do mesmo, como coberturas, prémios, limitações etc.
A decisão será sempre sua e as contas servem para lhe dar alguns exemplos que o podem ajudar a decidir melhor. O caminho a trilhar no futuro será sempre para nós desconhecido, mas que podemos de alguma forma tentar traçar algumas hipóteses, isso sem dúvida que podemos.

Construa o seu futuro com a ajuda de um consultor financeiro. Hoje!

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