Museu do Traje
Arte & CulturaPortugal

Museu do Traje

Em 2018 aproveite para visitar o Museu do Traje de Viana do Castelo

Integrado na Rede Portuguesa de Museus desde 2004

 

Uma visita a um museu pode ser sempre uma descoberta para quem gosta de aprender mais sobre a história, a identidade cultural e o património etnográfico do seu país. Uma viagem no tempo, viva, intensa e muito particular, em que o cérebro humano regista na memória o que os olhos veem no imediato. E a máquina fotográfica, qual fiel companheira do turista aventureiro, não para de disparar para que nenhum pormenor seja esquecido ou deixe de fazer parte do ângulo da objetiva.

Mas para viver tudo isso, há que dar o primeiro passo. E o primeiro passo é decidir que vale a pena visitar esse espaço cultural. A proposta deste mês – agora que começou o ano de 2018 – é que da próxima vez que estiver em Portugal vá conhecer o Museu do Traje de Viana do Castelo, criado em 1997.

O acervo do espaço museológico, integrado na Rede Portuguesa de Museus, desde 2004, é constituído, na sua maioria, por um conjunto de trajes populares rurais do concelho de Viana do Castelo que traduzem, através da sua originalidade, criatividade e diversidade das técnicas e matérias-primas que entram na sua confeção, uma cultura única e identificada com o Alto Minho.
Completam o acervo coleções de objetos de valor etnográfico relacionadas com a confeção e com situações do uso do traje, nomeadamente na festa (objetos de adorno ou específicos de rituais festivos e religiosos) e no trabalho (alfaias agrícolas, especialmente o ciclo do linho).
Tem também coleções de outras peças de vestuário e objetos que têm algum fator identitário em relação ao Alto Minho ou que demonstram as influências e a contemporaneidade do traje (materiais, motivos, cores) no nosso quotidiano. Este museu possui também um núcleo expositivo sobre o ouro.

Conhecer a história
O Museu do Traje de Viana do Castelo foi criado em 1997, assumindo a missão de estudar e divulgar a identidade e o património etnográfico Vianense através do seu expoente máximo, o Traje à Vianesa.
Por Traje à Vianesa entendemos o traje feminino, popular, rural, usado nas aldeias em redor de Viana do Castelo, que adquiriu características que o individualizam e tornam imediatamente identificável. Este traje foi usado desde meados do século XIX até meados do XX.

Ao longo do século XX, e coincidindo com o momento em que começou a deixar de ser usado e a perder o seu papel na vida sócio cultural, o traje foi sendo objeto do olhar de estudiosos que lutaram pela manutenção do seu uso quotidiano. Depois, percebendo que tal não era possível, procuraram outras formas de preservar a sua genuinidade, o que acabou por acontecer num conjunto de práticas performativas de que resultaram os grupos folclóricos e a sua elevação à categoria de atração principal das festas da cidade, em honra da Senhora da Agonia.
Desta forma o traje manteve as suas características e identidade, mesmo quando começou a ser usado em situações descontextualizadas do uso original (fantasia de Carnaval, roupa exótica usada em fotógrafos profissionais, imagem de propaganda e publicidade comercial). Estes usos afastados do uso original foram ajudando a conferir novos significados ao traje: proximidade com o mundo tradicional e com a ruralidade, alegria e criatividade, cerimonialidade, etc., e tiveram o efeito benéfico de espalhar e tornar imediatamente reconhecida a imagem do traje em todo o país.

Ganhou assim um extraordinário valor simbólico, tornando-se num ícone maior da identidade Vianense e também nacional.
É neste quadro que a criação de um Museu dedicado à etnografia Vianense – e muito particularmente ao traje – para divulgar a criatividade das raparigas da região na confeção dos seus trajes foi, desde o início do século XX, uma aspiração dos Vianenses e por ele lutaram estudiosos como Cláudio Basto, Abel Viana, Afonso do Paço, Manuel Couto Viana, Conde de Aurora, José Rosa de Araújo, Maria Emília de Vasconcelos, Amadeu Costa e Benjamim Pereira, entre muitos outros.
Inicialmente, a tutela do Museu foi entregue à Comissão de Festas da Senhora d’Agonia e funcionou como uma galeria de exposições temporárias, com exposições de traje organizadas por Amadeu Costa.

A Câmara Municipal assumiu a sua tutela em 2000, com a colocação de um técnico superior responsável pelo espaço, e começou a delinear as linhas programáticas que conduziriam à definição da missão e objetivos do Museu que serviram de base à candidatura à Rede Portuguesa de Museus.
Foram atribuídas ao novo Museu as funções museológicas que a Lei-Quadro dos Museus Portugueses consigna de recolher, preservar, estudar/produzir informação e comunicar/divulgar elementos relacionados com os modos de vida tradicional e a identidade cultural alto minhota. Sendo o traje popular rural feminino, usado nas aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo, habitualmente conhecido como “Traje à Vianesa” ou “à Lavradeira” o elemento mais conhecido e celebrado da etnografia Minhota, foi o motivo para a atribuição do nome a este Museu.

O Museu assume também, assim, um papel de comunicar e potenciar o valor informativo do traje, que é tanto mais importante quanto está sempre presente na divulgação da cidade e da região e, naturalmente, não é possível nos nossos dias encontrá-lo no seu “ambiente natural” (exceto em situações especiais, como festas, romarias e festivais de folclore).

Passa a integrar a Rede Portuguesa de Museus
O Museu iniciou em 2002 o processo de adesão à Rede Portuguesa de Museus, tendo sido certificado em 2004, o que lhe confere grandes responsabilidades no estudo, conservação e divulgação dos bens culturais. Foi em 2004 que o Museu apresentou a sua primeira exposição permanente, intitulada “A Lã e o Linho no Traje do Alto Minho”, comissariada por Benjamim Pereira.

Em 2007, o edifício sofreu grandes obras de adaptação às funções museológicas, com a conquista de espaços para exposições, reservas, serviços educativos, tertúlias e administração que melhoraram consideravelmente as condições para o cumprimento das funções museológicas.

No âmbito da sua atividade de conhecimento do território, o Museu desenvolveu ainda um conjunto de cinco núcleos museológicos temáticos, espalhados pelas freguesias rurais do concelho: em Outeiro dedicado ao pão, em São Lourenço da Montaria aos Moinhos de Água, em Carreço aos Moinhos de Vento e às atividades Agro-Marítimas, em Castelo de Neiva à apanha do sargaço.
Ao longo deste período apresentou cerca de meia centena de exposições temporárias e duas exposições de longa duração e, até 2010 o Museu foi visitado por cerca de 160 mil pessoas, sendo uma grande fatia deste número constituído por visitas escolares de alunos que assim ficam a conhecer melhor o Traje cuja imagem reconhecem do seu dia a dia.

Localizado no centro histórico
O Museu do Traje de Viana do Castelo localiza-se no centro histórico da cidade, mais especificamente na Praça da República. Instalado num edifício construído entre 1954 e 1958, com características arquitetónicas do “Estado Novo”, onde funcionou até 1996 a delegação nesta cidade do Banco de Portugal.
Trata-se de um edifício austero com linhas verticais muito acentuadas, apenas decorados por dois altos-relevos (da autoria de Roque Gameiro). Estes altos-relevos representam as atividades económicas: a pesca e a agricultura, onde raparigas vestidas à lavradeira vindimam e colhem o milho.
Quando a delegação do Banco de Portugal na cidade foi encerrada, a Câmara Municipal imediatamente adquiriu o edifício, destinando-o para Museu do Traje, o que aconteceu em 1997.

INFORMAÇÕES ÚTEIS

Localização
Praça da República, Viana do Castelo

Contactos
E-mail: [email protected]
Telefone: + 351 258 809/306

Horário
Terça-feira a domingo das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00

Bilheteira
Terça-feira a domingo das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00

Informação
Alunos do pré-escolar e do 1º ciclo do ensino do Concelho e Distrito de Viana do Castelo: Grátis
50% desconto: Público Sénior
50% desconto: Grupos devidamente identificados e abrangidos por protocolo com o Município
Sócios da APOM, ICOM: Grátis
Dia 20 de Janeiro (Outorga do Foral de Viana do Castelo por D. Maria II): Grátis
Dia 18 de Maio (Dia Internacional dos Museus): Grátis
Dia 18 de Junho (Outorga do Foral de Viana por D. Afonso II): Grátis
Dia 26 de Setembro (Jornadas Europeias do Património): Grátis
50% desconto: Estudantes e Portadores de Cartão Jovem
Bilhete normal: 2 €

Como chegar: de carro: A28 Porto-Viana do Castelo
Comboios: linha do Norte
Autocarros urbanos: Expresso
Barco: Marina de Viana do castelo

Imagens: Direitos Reservados

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