Museu do Ar
Arte & Cultura

Museu do Ar

O Museu do Ar abriu ao público a 1 de julho de 1971, em Alverca. O espaço tornou-se insuficiente pelo aumento de acervo tendo-se decidido criar um novo espaço em Sintra, junto à Base Aérea Nº1, inaugurado em 2009. Numa área com mais de 8000 m2 estão expostos mais de 40 aviões e helicópteros, simuladores, motores, hélices e outros equipamentos aeronáuticos.
A exposição transporta o visitante numa viagem de mais de 100 anos pela História da Aviação em Portugal, documentando a grande aventura do Homem, Voar.

O visitante encontra uma valiosa coleção de aviões históricos com destaque para o Junker JU52 (1930), o Avro Cadet (1931), o DH-87 Hornet (1934), o DH-89 Dragon Rapide (1934), o Spitfire (1934), o DC-3 Dakota (1935), o F-86 Sabre (1947).
O Museu apresenta a história da TAP – Transportes Aéreos Portugueses, destacando-se o primeiro simulador de voo por instrumentos, fardamento e louça utilizada a bordo.
O acervo da ANA – Aeroportos de Portugal reflete a sua atividade ao longo do tempo. Está exposta a maqueta original do Aeroporto de Lisboa inaugurado em 1942. Expõem-se os equipamentos originais da primeira Torre de Controlo de Tráfego Aéreo, bem como o respectivo mobiliário original.
O Museu do Ar está dotado de um auditório multimédia, onde se podem visualizar filmes e documentários sobre temas aeronáuticos.
Nos 3 Hangares Históricos está representada a Aviação Civil e Desportiva, aviões da Força Aérea utilizados na Guerra Colonial e aviões a jato da Força Aérea utilizados no treino avançado de pilotagem. Neste espaço expõe-se igualmente o avião Dassault Falcon 20 usado inicialmente no transporte VIP e, mais tarde, em voos de calibração de equipamentos electrónicos de apoio à navegação aérea.
A Sala dos Pioneiros transporta-nos ao período das grandes viagens aéreas dos portugueses pelo mundo. Mostram-se documentos pessoais, troféus e instrumentos de navegação usados na época. Destacam-se os voos mais importantes feitos por Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Sarmento de Beires, Brito Pais, Humberto da Cruz e Carlos Bleck.
O Museu do Ar, para além das atuais instalações da sede em Sintra e Núcleo de Alverca dispõe ainda de um Núcleo museológico situado no Aeródromo de Manobra Nº1, Ovar.

História

O Museu do Ar abriu ao público dia 1 de julho de 1971, num antigo hangar da Aviação Militar em Alverca. Em 1909, os estatutos do Aero Clube de Portugal, aquando da sua fundação, já refletiam sobre a necessidade de se criar um museu dedicado à Aviação.
O Almirante Gago Coutinho, por ordem do Ministério da Marinha começou a juntar peças que tinham sido dadas a si e a Sacadura Cabral com vista a criação de um Museu Nacional de Aviação. A ideia foi fortalecida por Pinheiro Correia, que em 1963 conseguiu que a Câmara Municipal de Lisboa cedesse uma sala do Palácio dos Pimentas, destinada ao Museu da Cidade, para a exposição do acervo aeronáutico nacional.

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As instalações não eram adequadas e em 1965, um Despacho do Secretario de Estado da Aeronáutica, cria uma comissão com o objetivo preparar a instalação de um Museu de Aviação.
Em 1968 é publicado o Decreto-lei que cria o Museu do Ar em Alverca que abriu ao público em julho de 1971 com o coronel Edgar Cardoso primeiro diretor. O rápido crescimento do acervo tornou o espaço em Alverca pequeno não permitindo uma expansão que a qualidade de coleção obrigava.
Esta situação levou a Força Aérea Portuguesa, a por em marcha um projeto para um novo espaço museográfico estabelecido a partir da recuperação de um hangar da Base Aérea nº1 na Granja do Marquês com cerca de 3500 m2 quase o triplo da área disponível em Alverca. Este projeto contou também com o apoio da Câmara Municipal de Sintra, da ANA e da TAP.

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O novo espaço foi inaugurado oficialmente pelo então General CEMFA Luís Araújo em dezembro de 2009 comemorando-se simultaneamente os 100 anos da Aviação em Portugal e os 300 da demonstração do balão de ar quente que Bartolomeu de Gusmão fez ao rei D. João V e à corte no dia 9 de agosto de 1709 na Sala das Índias no Terreiro do Paço.
Ao novo espaço museológico, que pretende ser a memória da aviação militar e civil portuguesa, juntou-se também a TAP e a ANA que apresentam os seus acervos em duas áreas com cerca de 1400 m2.
Em 2011 foi inaugurada uma nova área expositiva, que corresponde à segunda fase de expansão do museu, com cerca de 3000 m2 resultante de reestruturação de três hangares cuja matriz arquitetónica remontam a 1920 quando a Escola da Aviação Militar de Vila Nova da Rainha se transferiu para a Granja do Marquês.

Esquadrilha Histórica

O Museu do Ar tinha, até há bem pouco tempo, em estado de voo um dos aviões mais emblemáticos do seu acervo. Tratava-se de um DO-27 com o número de cauda 3357. Esta aeronave foi desenvolvida a partir do modelo DO-25, aeronave originalmente projetada para ir ao encontro das especificações requeridas pela Força Aérea Espanhola de uma aeronave utilitária ligeira. Em colaboração com as Construcciones Aeronáuticas SA espanhola – CASA, a Dornier Flugzeugwerke GmbH, proibida de construir aeronaves em solo alemão, por força da derrota e subsequentes sanções impostas após a II Guerra Mundial à Alemanha, desenvolveu a construção do protótipo desta aeronave, a qual viria a voar pela 1ª vez em Espanha em 8 de abril de 1955.
Após o levantamento das referidas sanções, a produção do DO-27 viria a ter lugar em Friedrichshafen, na fábrica original da Dornier, sendo de notar que esta foi a 1ª aeronave produzida em massa após a II Guerra Mundial nesse país. O 1º voo em solo alemão teve lugar a 17 de outubro de 1956.
O Do-27 é uma aeronave monoplano com capacidade para 5 ocupantes, monomotor de asa alta e de trem fixo projetado para aterrar em pistas não preparadas com descolagem e aterragem curta. O DO-27 entrou ao serviço da Força Aérea Portuguesa em dezembro de 1961. Foram adquiridas 146 aeronaves que, na sua maior parte, foram utilizadas na Guerra Colonial Portuguesa. Nos teatros africanos efetuaram missões de transporte de carga e passageiros, evacuação de feridos, reconhecimento visual, posto de comando aéreo e transporte de correio. Estes aviões foram utilizados pontualmente em missões de apoio às forças terrestres utilizando foguetes ofensivos montados sob as asas. Os Dornier Do-27 foram abatidos ao efetivo em 1979.
De momento, a Esquadrilha histórica do Museu do Ar, não possuí nenhuma aeronave em estado de voo.

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Hangar Principal

A construção do hangar principal data de finais dos anos quarenta do século XX. Este espaço, que outrora pertenceu à Base Aérea Nº1, é hoje, a área maior do Museu onde se expõe um importante e vasto número de peças relacionadas com a história da aviação nacional, militar e civil. Numa área de 3000 m2 estão expostas, por ordem cronológica, 42 aeronaves complementadas por um painel fotográfico que documenta os primeiros 100 anos da aviação em Portugal.

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Hangares Históricos

A origem dos três hangares históricos remonta a 1920, data em que a Escola de Aeronáutica Militar foi transferida de Vila Nova da Rainha para a Granja do Marquês. No primeiro hangar encontra-se o auditório multimédia bem como meios aéreos civis com destaque para o Piper PA-18/L-21 Super Cub e o de Havilland DH.87 Hornet Moth. O segundo hangar é dedicado à Guerra Colonial Portuguesa onde estão expostos os meios aéreos usados nos três teatros do conflito. No terceiro hangar expõem-se dois aviões significativos na formação de pilotos em aviões a reação e o recém chegado Falcon 20 utilizado no transporte VIP e na calibração de ajudas rádio.

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Sala dos Pioneiros

A Sala dos Pioneiros leva-nos ao início da Aviação em Portugal. Estão representadas, em mapa, as principais viagens aéreas dos portugueses pelo mundo. Mostram-se documentos pessoais, troféus e instrumentos de navegação usados na época. Destacam-se os voos mais importantes feitos por Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Sarmento de Beires, Brito Pais, Humberto da Cruz e Carlos Bleck. Salientam-se os sistemas de navegação rigorosos, precisos e inovadores para a época, reconhecidos internacionalmente, usados nos voos para o Brasil.

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Réplicas

O Museu do Ar, à semelhança de outros congéneres internacionais, tem no seu acervo várias réplicas à escala 1:1 de aviões importantes e significativos para a História da Aviação nacional e internacional.

Estão expostas as seguintes réplicas:
-Demoiselle XX, dos primórdios da aviação, construído e pilotado por Santos Dumont em Paris no ano de 1907. O Demoiselle XX, projetado e construído por Santos Dumont, remonta ao ano de 1908. A aeronave em exposição representa uma réplica à escala, construída no Museu do Ar, em Alverca, em 1972 para assinalar a comemoração do centenário do nascimento de um dos maiores impulsionadores da aviação mundial.

-Blériot XI, um dos primeiros aviões a voar em Portugal em 1910 pelo piloto francês Mamet. Foi num aparelho deste tipo que o seu construtor, Sr. Blériot, atravessou pela primeira vez o Canal da Mancha, ligando França à Inglaterra. A aeronave Blériot XI foi a primeira a executar um voo bem sucedido em Portugal, em 27 de abril de 1910, a partir do Hipódromo de Belém, num festival organizado pelo Aeroclube de Portugal, estando aos seus comandos o piloto Julien Mamet. À data já era uma aeronave famosa por ter sido a primeira a atravessar o Canal da Mancha, de Calais a Dover, em julho de 1909 em 36,5 minutos. É uma réplica à escala 1:1 construída em Alverca em 1989.

-Caudron G3, da década de vinte, construído em Portugal sob licença, onde, durante anos foram formadas várias gerações de pilotos militares portugueses. Em 1916 chegaram a Portugal os primeiros 16 Caudron G3, de origem francesa, destinados à instrução de pilotos na Escola de Aeronáutica Militar de Vila Nova da Rainha. Seriam utilizados na Esquadrilha Mista de Alverca em 1918, ano da criação desta Unidade e inauguram a pista de Tancos em 1921, antes de regressarem à sua missão original de instrução, na Escola Militar de Aeronáutica, sita na atual Base Aérea Nº 1. Aeronave muito apreciada pela sua economia de manutenção, resistência e facilidade de pilotagem, foi a primeira a ser produzida em Portugal no então Parque de Material Aeronáutico, Alverca, hoje denominado de OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal. Aí foram construídos 50 Caudron G3 entre 1922 e 1924, sendo retirados do serviço em 1933. A réplica exposta apresenta o último esquema de pintura utilizado, adotado em 1920, que já inclui a Cruz de Cristo.

-Maurice Farman MF-4, o primeiro avião a efetuar um voo sobre a cidade do Porto em 1912 e um dos primeiros aviões usados na Escola Militar de Aeronáutica em Vila Nova da Rainha, em 1916. Réplica à escala 1:1. Foi construída, em 1971, nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico e representa o Maurice-Farman MF-4 que chegou ao Porto, por via marítima, em 26 de agosto de 1912. O modelo original, a que foi dado o nome de “Casta Susana”, uma peça de teatro muito famosa na época, foi comprado pelo jornal “Comércio do Porto” para demonstrações aéreas destinadas a angariar fundos para as creches que o jornal apoiava. O primeiro voo sobre a cidade do Porto foi no dia 7 de setembro de 1912 pilotado pelo francês Trescartes. O avião acabou por ser oferecido ao Governo Português e serviu no Batalhão de Aerosteiros e posteriormente na Escola de Aeronáutica Militar em Vila Nova da Rainha onde, em 1917, foram formados os primeiros pilotos militares portugueses. Foi no modelo original deste avião que Sacadura Cabral fez o batismo de voo a Gago Coutinho.

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-14-Bis, modelo do avião pilotado por Santos Dumont, que em 1906, nos arredores de Paris, foi o primeiro aparelho mais pesado do que o ar a descolar autonomamente. No início do século XX Santos Dumont desenvolveu, com êxito, o que seria um dos precursores do avião moderno, o 14 Bis. Para a construção adotou uma estrutura em caixa e escolheu um motor leve e com potência: um Lavasseur Antoinette de 24 HP. O aparelho foi construído em seda japonesa, bambu e alumínio, numa estrutura de biplano do tipo canard. O 14- Bis foi assim denominado pelo facto de ter percorrido a meia milha que separava Neuilly, próximo de Paris, onde foi construído, do Campo de Bagatelle, onde seria testado pela primeira vez em 1906, suspenso no último dirigível que Dumont tinha construído, o nº 14. No dia 23 de outubro de 1906, o 14-Bis voou quase 70 metros a uma altitude de 3 metros, diante de mais de 1000 espectadores e da Comissão Oficial do Aeroclube da França, entidade autorizada a homologar qualquer atividade aeronáutica. Para fazer com que o 14- Bis percorresse uma distância maior, Dumont adicionou ailerons na célula do meio de cada asa. Os ailerons controlavam a estabilidade da aeronave e eram acionados por cabos fixados nos ombros do piloto. Com a inclinação dos ombros, Dumont conseguia controlar a rotação dos ailerons e estabilizar o 14- Bis. No dia 12 de novembro, Santos Dumont e o seu 14-Bis percorreu 220 metros em 21,5 segundos, estabelecendo o recorde de velocidade da época 36,84 km/h. O 14-Bis foi a primeira aeronave mais pesada que o ar a levantar voo pelos seus próprios meios. A aeronave exposta é uma réplica 1:1 em estado de voo doado pela Companhia Aérea Brasileira, TAM.

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Informações Úteis

Localização
SINTRA- Granja do Marquês, 2715-021 Pêro Pinheiro, Sintra
ALVERCA – Largo dos Pioneiros da Aviação, 2615-174 Alverca
OVAR – Aérodromo de Manobra nº1, Rua da Base Aérea, 3885-718 Maceda

Contactos
E-mail: [email protected]
Telefone: +351 219678984
E-mail: [email protected]
website: www.museudelamego.gov.pt/

Horário
SINTRA – 3ªfeira a domingo – 10h | 17h Encerra à 2ªfeira
ALVERCA – 2ª feira – 10h | 17h
OVAR – 2ªfeira a 6ºfeira – 10h-12h | 14h-16h30 / Fim de semana – 10h-12h |14h-18h

Fonte: Museu do Ar

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