À conversa com Carlos Martins
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À conversa com Carlos Martins

Carlos Martins nasceu em Luanda, Angola, em 1965, depois dos pais terem emigrado para aquele país.
Foi para Portugal em 1975. Estudou em Chaves. Fez o sétimo ano, mas depois não quis continuar os estudos.
Em 1987, com 21 anos de idade, emigra para o Canadá, procurando “algo mais na vida”. Uma aventura que faz sozinho, praticamente sem dinheiro e apenas com uma vontade no seu íntimo de ter sorte e triunfar.
Vai viver para Brampton (onde ainda hoje está) e começa por trabalhar primeiro no setor da construção (até 1994). Chega a ter uma companhia de construção, mas a experiência no setor da restauração começa a ganhar força, primeiro na cidade de Brampton e, depois, arriscando a sua sorte em Toronto no que, diz o próprio, “foi a melhor coisa que eu fiz”.
Para não mais esquecer, abre a Churrasqueira Martins & Grill House no dia 1 de julho, uma data que coincide com as celebrações de costa a costa do Dia do Canadá.
A completar nove anos de atividade, com bons momentos e vários prémios de reconhecimento da qualidade do espaço, a grande celebração parece estar reservada para o 10º aniversário. Ainda assim, neste ano em que o Canadá está a comemorar 150 anos de existência, Carlos Martins convida toda a gente para uma “pequena festa” que promete ser de arromba.
Para o empresário, o envolvimento dos filhos e a dedicação e profissionalismo dos empregados são a parte que complementa a história de sucesso do restaurante de top na cidade de Toronto que ainda não há muito tempo (2016) renovou o seu visual, tornando o espaço mais acolhedor e apelativo.
O princípio básico para o sucesso é sempre o mesmo: “a qualidade está em primeiro lugar”.
Casado e pai de três filhos, Carlos Martins defende sempre que o Canadá é um grande país para trabalhar, mas a sua relação com Portugal continua a ser intensa e demonstrativa de um grande amor que nutre.
Órfão de mãe, mas com o pai vivo e uma irmã, o empresário português fala de uma família pequena e uma história de vida “muito curta”, num ato humilde que não expõe as pequenas histórias que terá para contar e partilhar, se assim entender, com amigos, família e, quem sabe, um dia, num qualquer livro que venha a publicar.
Enquanto esse momento não chega, convidamos o caro leitor a acompanhar esta pequena entrevista com o homem que não virou a cara à luta e soube arregaçar as mangas para montar um negócio de restauração que não só valoriza a culinária portuguesa como dignifica a própria comunidade portuguesa residente na GTA, Ontário.

Revista Amar – Veio para o Canadá em 1987. Já trazia a ideia de apostar na indústria da restauração?
Carlos Martins“Não. Quando vim para o Canadá, era só para estar cá 3 anos e ir-me embora. Mas acabei por ficar. Como gostava da restauração, olha cá fiquei …”

RA – Teve restaurantes em Brampton, antes de arriscar a sorte em Toronto. Em algum momento olhou para o espelho e perguntou a si mesmo: – “Carlos, o que fizeste tu?”
CM“Quando comecei o meu negócio, abri o meu primeiro restaurante. Depois vendi-o, tive o meu segundo restaurante. Depois, vendi outra vez. Tive o meu terceiro, uma churrasqueira e padaria em Brampton. Foi então que tive um problema com um sócio que tinha e resolvi vir para Toronto. Foi a melhor coisa que fiz. Já cá devia estar há muitos mais anos.”

RA – Costuma dizer que o único segredo na cozinha é a qualidade. Ainda mantém essa afirmação ou acha que pode acrescentar mais algum ‘ingrediente especial’?
CM“Para mim, é sempre a qualidade. A qualidade está em primeiro lugar. Quando há qualquer coisa com qualidade, tem que dar certo.”

RA – Em qualquer negócio, é importante ter o apoio da família. Dorme mais descansado sabendo que tem os três filhos envolvidos nesta atividade empresarial?
CM“Claro que sim. Tenho os ‘garotos’ aqui comigo. É preciso sempre dar um ‘empurrão’ a eles. São novos e à noite nunca vão cedo para casa … querem ir para aqui e para acolá. O problema, é de manhã! Mas, de resto, quando eles estão aqui, são responsáveis, são trabalhadores. Estou contente com os filhos que tenho. Muito contente.”

RA – Há planos de futuro para expandir o negócio?
CM “Nesse ponto, as portas estão sempre abertas. Mas o essencial, é encontrarmos a pessoa certa. O meu medo e é o motivo porque não abri a minha segunda casa, é porque não quero dar cabo desta. Não quero perder o que eu tenho aqui, a qualidade, os empregados, porque tenho aqui um grupo muito bom. Esse é o meu medo, não quero perder a qualidade desta casa. Porque um, quando se toca dois barcos ao mesmo tempo, um deles fica sempre para trás.”

RA – Quem é o principal frequentador da Churrasqueira Martins?
CM “A Churrasqueira Martins tem hoje uma clientela grande de portugueses, de italianos, gregos, canadianos. Uma clientela muito boa, graças a Deus. Para mim, os clientes são todos tratados da mesma maneira.”

RA – Num mercado de Catering tão competitivo, o que o leva a apostar neste tipo de serviço?
CM“Isto é um bichinho que anda aqui dentro do meu corpo. Comecei a trabalhar aqui no Canadá em catering. Gosto muito de trabalhar em catering, porque torna-se muito mais fácil para o restaurante. Prefiro servir um catering para 500/600 pessoas (ou mais) do que servir no restaurante, porque já sei o que eles vão comer. Torna-se muito mais fácil.”

RA – Uma mensagem final para a comunidade.
CM“Quero desejar a toda a comunidade uma feliz Semana de Portugal. E saúde para toda a comunidade e um grande abraço do Martins.”

 

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