O grande trilho canadiano
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O grande trilho canadiano

Iniciado em 1992, o Grand Sentier ou Trilho Transcanadiano tem como propósito unir os extremos do Canadá desde o oceano Atlântico ao Pacífico e ao Ártico, e foi concluído em 2017, no ano do 150º aniversário da fundação do país, num trajeto que totaliza 24.000 quilómetros.

Com um custo estimado em 75 milhões de dólares, foram necessários 25 anos de trabalho árduo para completar este ambicioso projeto. O trilho une pela primeira vez os trilhos urbanos às estradas rurais menos utilizadas, aos ribeiros e aos trilhos que cruzam as montanhas e as florestas canadianas, unindo cerca de 15.000 comunidades dispersas por todo o território e com app própria para facilitar a vida aos utentes.

A Fundação do Trilho Transcanadiano confirma que já se encontram completados e em utilização mais de 20.000 quilómetros do trajeto e que os restantes 4.000 quilómetros serão completados até Outono do corrente ano, realçando como principal atrativo o facto de qualquer uma das parcelas do trilho se encontrar a meros 30 minutos de distância dos lares de quatro em cada cinco canadianos.

A construção do trilho iniciou-se aquando do 125º aniversário da fundação do Canadá com cinco objetivos muito claros: deixar um legado nacional às futuras gerações; inspirar atividades saudáveis entre a população; preservar os amplos espaços verdes da nação; educar e criar uma maior sensibilidade para com a História, a cultura e o legado natural do Canadá e desenvolver a economia por via da estimulação do turismo, sendo o trilho uma diferenciação que irá atrair turistas de todo o mundo, criando novas oportunidades de investimento e criação de emprego.

O trilho surge de um esforço conjunto entre entidades privadas e públicas, sendo que a manutenção de cada secção do trilho se encontra a cargo de uma autarquia, de um município, de entidades governamentais de âmbito nacional ou até de empresas e associações privadas. Embora o governo canadiano tenha financiado uma boa parte do trilho (35 milhões de dólares), muitas empresas e fundações privadas contribuíram também a fundo perdido para a sua construção. Fora isto, a Fundação leva a cabo várias campanhas de donativos para que os cidadãos possam contribuir, sendo que, como incentivo extra, o governo já se comprometeu a financiar 50 cêntimos por cada dólar que for angariado. Ou seja, se uma campanha de donativos reunir 50.000 dólares, o governo doará mais 25.000 dólares e assim sucessivamente até à concretização da obra.

A construção demorou 25 anos devido, em grande parte, aos novos trilhos que foi necessário criar de raiz em zonas despovoadas e com terrenos bastante íngremes, ainda em estado selvagem. Os trilhos já existentes foram recuperados e ampliados, encontrando-se a maior extensão deste no Estado do Ontário. Note-se que é possível optar por várias secções do trilho de acordo com o nosso gosto pelas atividades ao ar livre, pois se a maior parte dele é ideal para corridas, caminhadas, prática de ski, equitação e passeios de bicicleta, já 26% do trilho terá que ser percorrido em barcos a remos. Os primeiros territórios a serem anexados pelo trilho foram os de Labrador e Terra Nova, por se encontrarem mais próximos de St. John’s, o Quilómetro Zero.

Em 2016 foi lançada uma nova campanha de marketing que rebatizou a iniciativa como O Grande Trilho, realçando que o mesmo foi “construído pelo Canadá” e realçando que “não importa a sua idade, as suas crenças ou as suas paixões, há uma ligação que nos une a todos (…) o Canadá é lar do maior trilho do mundo. O nosso épico trilho-dos-trilhos foi criado por milhares de sonhadores, optimistas, voluntários, amigos e parceiros que partilham o mesmo objetivo ambicioso de unir o nosso país. Embora o Canadá seja tão diverso como vasto, todos podemos encontrar algo em comum no trilho.”

Uma boa parte do trilho foi possível graças ao reaproveitamento das antigas e históricas linhas de comboio que se encontravam ao abandono, pois com o passar do tempo, a migração do campo para as cidades e a generalização da utilização de automóveis, acabaram por se tornar insustentáveis e ganharam assim uma nova vida.

David Gonçalves

Fontes: Wanderlust, Oyester, YourVIPPartner, Idealo, Qual Viagem e Sapo

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