A fotografia como Arte - Friz Fritz (Samuel Santana de Almeida)
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A fotografia como Arte – Friz Fritz (Samuel Santana de Almeida)

Nasceu na vila de Sendim, no concelho de Tabuaço em 1983. Em 1992 foi viver para Viseu, onde fez o seu percurso académico. A fotografia apareceu na sua vida em 2012, primeiro como curiosidade e aos poucos o interesse foi aumentando ao ver trabalhos de grandes amigos e conhecidos na arte. Esse interesse fez com que aprofundasse cada vez mais o seu conhecimento sobre fotografia, comprando a sua primeira máquina e frequentando cursos de formação contínua. Gosta de sair para a rua e fotografar tudo o que lhe desperta a atenção, desde pessoas, a paisagens, passando também pelos palcos. É conhecido por Friz Fritz, nome que adotou em 2012.

Friz Fritz
Contactos: [email protected]
Facebook – @FrizFritzPhotography

 

Revista Amar: Recorda-se como começou a sua paixão pela fotografia?
Friz Fritz: A partir de 2012, com a aquisição do meu primeiro smartphone. Até então tinha tido uma máquina analógica, mas com o aparecimento da fotografia digital tudo se tornou mais acessível e intuitivo.

RA: O percurso na fotografia teve início como autodidata, ou à medida que o tempo foi passando, obter “aquelas” fotografias exigiu um estudo aprofundado da técnica.
FF: Sim, tudo começou como autodidata, mas querendo sempre aprender mais, o que me levou a procurar desenvolver os meus conhecimentos dentro da fotografia, frequentando workshops presenciais e online. No entanto, foi só o início porque todos os dias aprendo técnicas novas, com os meus próprios erros e com a troca de ideias com outros fotógrafos.

RA: O seu olhar sobre a realidade fica diferente através de uma objetiva? E esse olhar mudou com o decorrer do tempo.
FF: Concordo que esse olhar tem mudado com o decorrer do tempo, especialmente o objeto a fotografar, podendo ser um pôr-do-sol ou uma pessoa em palco. A ideia já está na cabeça, é só tentar colocá-la em prática. Reconheço que tem melhorado significativamente com o tempo e a experiência adquirida.

RA: Como acontece com o impulso de escrever, pintar, desenhar ou esculpir… Fotografar passa a ser uma necessidade, ou surge como um meio de auto expressão pessoal e social?
FF: Uma necessidade, sem dúvida, é relaxante e obriga a procurar um ambiente só teu, único e que só tu podes entender.

RA: Em que medida a fotografia pode ser encarada como transgressão, como arte ou como mensagem subliminar de uma sociedade?
FF: A fotografia tem sempre uma força, uma história e uma mensagem. A sua liberdade de leitura depende da sensibilidade do observador.

RA: É difícil captar/obter uma boa fotografia?
FF: Bem, se é difícil… É fácil criar a ideia certa, mas daí colocá-la em prática vai uma grande distância. Nem sempre o resultado final é o desejado, por diversas razões e fatores.

RA: Uma boa fotografia interpela?
FF: Sim, uma fotografia interpela, apesar de não ser por vezes esse o seu objetivo.

RA: A fotografia tem género? Podemos falar de igualdade de género quando fotografamos a realidade quotidiana. Ou há algo transformador no olhar do fotógrafo quando atrás da objetiva está uma mulher ou um homem?
FF: Penso que não. No que diz respeito ao modo como se fotografa, penso que cada um tem os seus gostos e sensibilidade independentemente de ser homem ou mulher.

RA: A fotografia faz sonhar… É um instante irrepetível?
FF: Claro que sim, é um desafio transformar um ambiente e criar sensações a quem as vê.

RA: Ao percorrer as ruas para fotografar a vida quotidiana em espaços públicos, na chamada fotografia de rua, em que medida essa fotografia é uma invasão da privacidade das pessoas anónimas.
FF: É, sem dúvida, uma invasão da privacidade das pessoas quando elas não autorizam a sua publicação.

RA: A fotografia é uma espécie de solidão… Ou pelo contrário a fotografia pretende evidenciar o desconhecido aos olhos dos cidadãos comuns.
FF: Sendo a fotografia uma das formas de comunicação, o seu papel como interveniente na sociedade é inquestionável, apesar de o modo e o momento em que ela é captada ser de alguma forma um ato de solidão.

Carlos Cruchinho

Fotografia © Friz fritz

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