António e dança: o “casalinho” perfeito
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António e dança: o “casalinho” perfeito

revista amar - António e dança o “casalinho” perfeito - antonio casalinho
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António Casalinho, de apenas 17 anos, é um jovem bailarino português que nos enche de orgulho. Costuma dizer-se que “é de pequenino que se torce o pepino” e o caso de António não foi exceção. O “bichinho” da dança surgiu bem cedo e, sem olhar para trás, o jovem decidiu lançar-se no que assume ter sido uma paixão à primeira vista – ou ao primeiro bailado!

Natural de Leiria e especializado em ballet e dança clássica, Casalinho iniciou o seu percurso na Annarella – Academia de Ballet e Dança (Escola Cubana de Ballet) e por lá ficou, até aos dias de hoje.

Estreou-se, a nível competitivo, no Leiria Dance Competition II, em 2012, e desde então tornou-se numa verdadeira “máquina” vencedora de prémios e distinções: para além de, com apenas 13 anos, ter vencido o programa “Got Talent Portugal”, António Casalinho arrecadou também o 1º lugar pré-competitivo YAGP (semifinal em Bruxelas) em 2013, a Gold Medal pré-competitivo YAGP (final em Nova Iorque) e Melhor Solista LDC IV em 2014 e o Hope Award YAGP (final em Nova Iorque) em 2015 – e isto são apenas alguns exemplos. Se já em 2017 era considerado o melhor jovem bailarino do mundo, em 2018 António Casalinho, dançou e encantou os júris do Varna International Ballet Competition, alcançando a medalha de ouro, na categoria juniores. Mas como verdadeiro campeão que é… não se ficou por aqui! Agora foi duplamente distinguido com o Prémio de Interpretação Contemporânea e ainda com uma bolsa de estudo na competição internacional de bailado Prix de Lausanne, na Suíça, o que faz com que Casalinho seja o único bailarino do mundo a conquistar quatro dos principais concursos internacionais de dança!

A vida de António é deveras agitada mas entre treinos, estudos, testes e uma viagem para a Costa Rica ainda conseguiu conversar com s Revista Amar e contar-nos mais sobre o seu passado, presente e futuro.

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Créditos © Anónio Casalinho
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Créditos © Anónio Casalinho

 

Revista Amar: Sabemos que a paixão pela dança clássica surgiu bem cedo, com apenas oito anos. Podes contar-nos mais sobre como tudo aconteceu?
António Casalinho: Na minha turma havia meninas que já andavam no ballet e como eu as via a dançar nos intervalos decidi experimentar e apaixonei-me logo.

RA: Qual foi a reação dos teus pais quando mostraste, pela primeira vez, interesse por esta arte?
AC: Os meus pais agiram de forma muito natural pois aceitaram de imediato a minha paixão.

RA: A tua primeira professora, Annarella Sanchez, percebeu desde o primeiro momento que te teria de “agarrar”. Percebeste que isso era um bom “presságio”? Deu-te mais força para continuar?
AC: O facto da Annarella me dizer que eu teria futuro na dança despertou um interesse ainda maior pois eu vi que seria uma grande oportunidade e deu-me imensa força para seguir em frente.

RA: Sentes que na dança ainda existe algum tipo de estigma quando esta é praticada por um rapaz? Alguma vez te sentiste de alguma forma “discriminado”?
AC: Eu acho que desde o momento que entrei no ballet até agora o preconceito tem vindo a decrescer gradualmente pois apesar de nunca me ter sentido discriminado ou diferenciado sempre senti uma certa “ignorância” em relação ao assunto.

RA: O que é que a dança significa para ti? Que lugar ocupa na tua vida?
AC: Para mim a dança é a minha salvação pois é o que me faz ter uma vida diferente e mais bonita – sempre tive o apoio da minha família e dos meus amigos para qualquer coisa então ajudou-me a perceber que eu poderia fazer da dança a minha vida, sendo que esta tomou uma grande proporção na minha vida.

RA: O ballet é o teu estilo de dança preferido? Porquê?
AC: Apesar de eu gostar também imenso de outros estilos de dança o meu favorito é o ballet clássico pois o mundo do ballet é grande e existem imenso bailarinos semelhantes, então é lá que quero fazer a diferença.

RA: Existe alguém em quem encontres inspiração? Tens algum “exemplo” que sigas?
AC: Os meu bailarinos favoritos e que me servem de inspiração são: Carlos Acosta, Rolando Sarabia e Júlio Bocca.

RA: Apesar de, enquanto público, a apresentação de um bailado parecer algo muito fácil a verdade é que não é, de todo, essa a realidade. O que é que acontece nos “bastidores”? Como é o teu dia-a-dia em termos de treinos para a prática da dança? Que tipo de “exigências” te são requeridas?
AC: No dia a dia faço aula de ballet e preparação física e depois ensaio variação – pas de deux ou o que for preciso para o próximo espetáculo. Nos bastidores, primeiro arranjo-me e depois vou aquecer atrás do palco para me concentrar para a dança que vou dançar.

RA: Em 2018 alcançaste uma das mais prestigiadas vitórias – recebeste a medalha de ouro, na categoria juniores, no mais antigo concurso de ballet do mundo, na Bulgária – a Varna International Ballet Competition. Para além disso, ganhaste ainda o Grande Prémio da competição e ainda foste considerado a maior esperança entre 130 jovens. O que é que isto significou para ti?
AC: Para mim foi uma das minhas maiores conquistas pois foi o título que valorizou todo o meu trabalho, até ao momento, enquanto representante da Escola Cubana de Ballet e de Portugal. Os prémios já ganhos são um grande incentivo para a minha vida enquanto bailarino e abrem muitas portas pois ganhamos mais visibilidade e nome.

RA: Para além das grandes competições, em que outro tipo de atividades participas dentro do mundo da dança?
AC: Para além dos concursos eu também vou à galas noutros países com a minha professora Annarella e com alguns dos meu colegas.

RA: Tens intenção de continuar os estudos? É algo importante para ti?
AC: Eu neste momento penso que é muito importante continuar a estudar principalmente se, por alguma razão, não conseguir seguir a carreira de bailarino. Se isso acontecer gostaria de continuar “neste mundo” enquanto professor ou algo parecido mas estudando também outra área.

RA: Quanto te sobra algum tempo livre o que gostas de fazer?
AC: Quando tenho tempo livre eu gosto de jogar consola, ouvir música e de estar com os meu amigos.

RA: Em relação ao futuro: quais são as tuas perspetivas? Que mais queres alcançar?
AC: O meu grande objetivo é poder destacar-me enquanto bailarino profissional e poder fazer a diferença no mundo da dança.

António, os portugueses têm muito orgulho em ti.
Obrigada!

Inês Barbosa

MDC Media Group

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