Page 8 - setembro2016
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À noite

                É à noite que muitas vezes a alma se afoga em pensamentos profundos,
         tristes, e sombrios como só uma noite de inverno tem a legitimidade de ser...
          É à noite que o consciente desperta para a solidão dos que riram todo o dia,

                                        que vivem acompanhados de tudo e de tão pouco...
                  É à noite que a alma feliz de uma vida escurece, onde nem as estrelas,

                                        nem os cometas, nem o canto da cigarra habitam...
É à noite que tudo nos faz falta e que tudo o que temos não chega para nos aquecer...

                  O frio que sinto nos pés, gela-me todo o corpo... E a alma fria e triste,
                                                          arrefece toda a essência do meu ser!

Catherine está de volta...                                                       Nós e os outros

É quente o pulsar do sangue nas suas veias...                                                                      Nós e os outros...
Brilhante a aura que a envolve...                                             Caminha na minha direcção com uma certeza
Luminoso o riso da felicidade...                                          a de que me vai arrancar o mais belo dos sorrisos
Estonteante a vontade de viver...
Feliz de ti que a conheces !                                                                                    Como faz sempre...
Feliz de ti que a amas!                                                                                     Como nos faz felizes...
Feliz de ti que a descobres!
Pois é a ti que se entrega...                                                                                       A sua voz forte...
A cada dia, a cada hora, a cada ano que passa!                                                                     Os passos firmes!
Longas são as noites em que te desassossega...                                        O olhar profundo de quem me lê a alma
Cinzentas as manhãs em que não mostra a sua graça!                                                   A mão que procura a minha
É no peito que todo o vosso amor carrega.                                                     E depois repousa, serena e calma.
O teu peito é o seu descanso...
De um galopar de cavalo livre e manso,                                             Passamos indiferentes ao que nos rodeia...
Ah! Tamanha sorte um amor assim                                                                    Entregues um ao outro, a nós!
É aí que confia os seus mais estranhos pensamentos.                                                Em abraços e beijos e caricias,
Na tua pele repousa por momentos...
A sua vida, o seu corpo, a sua mente e o seu ser rebelde e a voz crua.  Encontramos na multidão forma de ficarmos a sós!
Será tua...
Como o Sol da Lua !

Cristina de Jesus
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